"Desde o momento em que nascemos somos exploradores, num mundo complexo e cheio de fascínio. Para algumas pessoas, o interesse pode desaparecer com o tempo ou com as pressões da vida, mas outras têm a felicidade de mantê-lo vivo para sempre."
Gerald Durrell

Ciência no Jardim

'Desde o momento em que nascemos somos exploradores, num mundo complexo e cheio de fascínio. Para algumas pessoas, o interesse pode desaparecer com o tempo ou com as pressões da vida, mas outras têm a felicidade de mantê-lo vivo para sempre.' Gerald Durrell

Você sabe quanto de carbono seu jardim sequestra?

Como podemos ‘limpar’ nossa atmosfera de todo gás carbônico excedente? Há vários sequestradores de carbono, plantas são um deles. Sendo assim, todo jardim sequestra carbono. Mas, quanto carbono seu jardim sequestra?

Agapanthus africanus ou Agapanthus praecox?

Leigos e viveiristas identificam dois Agapanthus comuns nos jardins como Agapanthus africanus e Agapanthus orientalis. (...) Qualquer Agapanthus designado ‘africanus' no comércio de plantas é quase certamente Agapanthus praecox.

A margarida não é uma só flor

Quem diria que uma das flores mais populares de nossos jardins, a margarida, pertencente à família Asteraceae, e, portanto, parente dos girassóis, crisântemos, entre outras, não é uma só flor, mas a reunião de muitas flores?

Plantas que fogem do jardim

Parece estranho plantas ‘fugirem’ do jardim, mas é isso mesmo. Plantas podem escapar do cultivo reservado do jardim e invadir áreas de florestas e campos naturais, tornado-se uma grande ameça à biodiversidade.

24 de dez. de 2010

A árvore de natal

Árvore de Natal
Nesta época do ano, muita gente se preocupa em confeccionar sua própria árvore de Natal. O "pinheiro" é tradicionalmente usado para isso, principalmente por causa de sua forma triangular, que para o cristianismo simboliza a Santíssima Trindade. Essas árvores são também símbolos de eternidade, pois vivem milhares de anos. Os pinheiros fazem parte de um grupo botânico conhecido como "coníferas", no qual estão algumas das maiores e mais antigas plantas que vivem na Terra. Há coníferas recordistas em tamanho (sequóias atingem mais de 100 m de altura) e longevidade (indivíduos da espécie Pinus longaeva podem viver até 5 mil anos).

20 de dez. de 2010

O dia em que não matamos uma serpente


Eu costumava contratar um assistente para ajudar na organização do meu jardim. Ele era um jovem, tinha uns 14 anos, na época. Seu nome era Carlos. Como a maioria das pessoas, ele tinha um medo terrível de “cobras”.  Além disso, ele adorava contar casos das muitas “cobras venenosas” que encontrou e matou. Um dia ele estava trabalhando no meu jardim e…
Encontrei uma “cobra”! Encontrei uma “cobra” — berrou Carlos.
— Onde? Onde? — perguntei, correndo e sua direção, já levando o meu guia de serpentes.
— Aqui! Olha ela aqui! — disse, apontando para um monte de capim — Posso matar? Posso matar? Ela pode “morder” alguém!— rogou, já com a enxada em punho pronto para deferir o golpe mortal .
— Espera! Eu quero ver como ela é — disse.
cobra-come-lesma (Sibynomorphus). Foto: M. Eiterer.
Olhei com calma. Carlos tinha toda a razão. Lá estava ela, toda enrolada, quietinha, debaixo do capim. Era realmente uma serpente, que erroneamente ele chamava de “cobra”. O correto é serpente. Existe um gênero de serpente chamado Cobra, que vive na Ásia. Mas, ele certamente não prestou muita atenção nas aulas de ciências. Abri o meu guia de serpentes e lá estava ela, a jararaca-dormideira ou come-lesma, uma serpente inofensiva:
— É uma cobra-come-lesma. É um animal inofensivo — disse.
— Não, retrucou ele — É uma jararaca. Ela é venenosa. Vamos matar!
— Não é uma jararaca. É uma come-lesma, como o nome diz ela come-lemas. É inofensiva — insisti.
— Tem certeza? É melhor matar!
— Tenho certeza. E não se diz venenosa, o certo é peçonhenta. A come-lesma não é peçonhenta. Um animal peçonhento é aquela que produz e tem estruturas para inocular a peçonha. Peçonha é a substância tóxica que algumas espécies de serpentes produzem. Esta que você quer matar apenas anestesia a presa com uma droga presente na saliva, ela não produz peçonha e nem tem as presas — expliquei.
— Sério? Mas, ela é preta e branca!
— São desenhos diferentes da jararaca. Olhe! Veja aqui no livro. Esta é uma jararaca e esta é uma cobra-come-lesma. Viu! Elas são diferentes. Olhe, a pobrezinha está dormindo. Durante o dia ela fica debaixo de folhas, galhos, troncos ou pedras dormindo toda enrolada. Durante a noite ela  sai para caçar. Por causa, do desenho parecido com o do jararaca e por ficar dormindo de dia, elas são, também,  conhecidas pelo nome de dormideira, jararaca-dormideira ou jararaca-preguiçosa.
— Eu já acho tudo igual. Por mim matava. Vai que você olhou errado no livro.
— Não precisa matar, Carlos — disse. Elas são mais comuns agora no período de chuva, quando, também, as lesmas e caracóis são mais comuns. Por este motivo, são conhecidas, também, por come-lesmas ou jararaca-da-chuva. E, por serem comuns nos jardins são às vezes chamadas de  cobra-de-jardim.
— Então  é mesmo uma “cobra” inofensiva? Não precisa matar. Tem certeza? — insistia, já meio decepcionado.
— Tenho certeza, Carlos! E mesmo que não fosse, não devemos matar um animal apenas porque temos medo dele. Não é mesmo?
— É…tudo bem, esta eu vou deixar viva, mas eu ainda tenho medo de cobras.
Assim, a pequena serpente pôde seguir seu caminho naquele dia. Hoje, Carlos já é um homem feito. Espero que ainda se lembre dessa história, do dia em que ele não matou uma serpente.

M. Eiterer



11 de dez. de 2010

Néctar: água, açúcar e uma pitada de...

Flor de Ceiba speciosa (Malvaceae)


À medida que as investigações em torno da interface planta/polinizador progrediam, alguns pesquisadores se voltaram para o estudo da composição química do néctar. Um trabalho pioneiro nessa área foi realizado por Gaston Bonnier (1853-1922), botânico francês que quantificou os diferentes tipos de açúcares presentes no néctar de algumas flores. Boa parte do que sabemos hoje sobre a composição química do néctar deve-se, porém, ao amplo e meticuloso trabalho do casal Baker - os ingleses Herbert G. Baker (1920-2001) e Irene Baker (1918-1989) [1].

Sabemos hoje que o néctar é primariamente uma solução energética, composta de água e açúcares (sacarose, frutose, glicose). Mas não é só isso: trata-se de uma solução energética devidamente temperada... A proporção dos diferentes tipos de açúcar, a concentração de cada um deles e a quantidade total de néctar são algumas das características que variam de acordo com a espécie de planta [2]. E é em parte graças a essa variação que flores de plantas diferentes tendem a atrair conjuntos mais ou menos distintos de polinizadores.

Flores com néctar rico em sacarose, por exemplo, atraem principalmente abelhas, mariposas, borboletas e aves, enquanto flores com néctar rico em frutose ou glicose atraem outras espécies de abelhas e moscas. A concentração de açúcares (i.e., a quantidade de açúcar presente por unidade de volume de água) determina a viscosidade do néctar e isso também influencia a identidade dos visitantes. Abelhas, por exemplo, preferem néctar mais viscoso, enquanto borboletas e beija-flores preferem néctar mais aquoso. Por sua vez, a quantidade de néctar influencia tanto a identidade como o tamanho dos visitantes. Como regra geral, flores que produzem grandes quantidades de néctar atraem os polinizadores de maior porte.

Além de açúcares, sabemos agora que o néctar contém também uma rica e variada gama de substâncias químicas, como aminoácidos, proteínas, lipídios, antioxidantes, minerais e vitaminas, além de algumas toxinas. Mas ainda sabemos relativamente pouco sobre o papel dessas substâncias e suas implicações na polinização. Os aminoácidos, por exemplo, parecem ser importantes como complemento alimentar para animais que necessitam de uma dieta rica em proteínas, como é o caso de borboletas e moscas. Os antioxidantes podem estar presentes a fim de evitar a oxidação e, conseqüentemente, a degradação de outros componentes importantes do néctar. Por sua vez, alguns tipos de proteínas parecem agir na proteção da flor contra o ataque de fungos.

Mas como explicar a presença de substâncias tóxicas no néctar: afinal, por que adicionar toxinas na composição química de um líquido produzido para funcionar como atrativo? Uma explicação plausível, seria a seguinte: a presença de substâncias tóxicas, como ocorre no néctar das flores da datura (Datura, Solanaceae) e do rododendro (Rhododendron, Ericaceae), é um modo de evitar a ação de
pilhadores oportunistas. Isso também ocorre com as flores da catalpa (Catalpa speciosa, Bignoniaceae), cujo néctar é rico em toxinas que inibem a ação de formigas nectarívoras, embora essas mesmas substâncias não façam qualquer mal aos legítimos polinizadores.

Para finalizar, um breve comentário antropocêntrico: a presença de algumas dessas outras substâncias no néctar (além de água e açúcar) é responsável pelas diferenças que nós, seres humanos, percebemos no sabor e na cor do mel.
M. Eiterer & Felipe A.P.L Costa* 

Notas
(*)Felipe A.P.L Costa é biólogo meiterer@hotmail.com, autor de Ecologia, evolução & o valor das pequenas coisas (2003) e A curva de Keeling e outros processos invisíveis que afetam a vida na Terra (2006).

1. Sobre as influências científicas do casal Baker, ver Bock, J. H. & Linhart, Y. B., eds. 1989. Evolutionary ecology of plants. Boulder, Westview Press.

2. Ver Baker, H. G. & Baker, I. 1983. A brief historical review of the chemistry of floral nectar. In: B. Bentley & T. Elias, eds. The biology of nectaries. NY, Columbia University Press.


7 de dez. de 2010

Você sabia que o cheirinho de terra molhada é obra de bactérias?


O dia está quente e, de repente, cai aquela chuva para refrescar. Bastam as primeiras gotas tocarem o solo para sentirmos aquele agradável cheirinho de terra molhada. Um cientista diria: “Huumm, como é bom esse cheirinho de …Bactérias!” é isso aí! O aroma que sentimos vem desses seres microscópicos, que podem ser muito úteis para humanos e até para os…Camelos!
Em geral, associamos bactérias e doenças, mas alguns desses seres são inofensivos, pode crer. Esse é o caso da Streptomyces coelicolor, bactéria que vive no solo e fabrica uma substância chamada geosmina. É a tal geosmina, ativada pela água ou pela umidade da terra, que nos faz perceber o cheirinho de terra molhada.
Além de ser excelente produtora de antibióticos – medicamentos indicados para combater algumas doenças de origem bacteriana – essa bactéria é, digamos, uma aliada dos camelos. O odor característico que elas produzem em razão da umidade ajuda os camelos a encontrarem água no deserto. Claro que para sentir o cheirinho produzido pelas bactérias em ambiente tão seco os camelos precisam contar com um superolfato. E contam mesmo! Graças a esse sentido aguçado, são capazes de encontrar água a mais de oitenta quilômetros de distância isso é que é faro!

Enquanto bebem a água e saem pingando, os camelos não fazem a idéia, mas dão uma forcinha para as bactérias. É que dessa forma eles espalham os esporos – estruturas produzidas pelas bactérias que vão permitir que elas se reproduzem em outro lugar, algo indispensável para a existência dessa espécie de microorganismo.

Aposto que agora, ao ver um filme com camelos e desertos ou ao passear num jardim molhado e sentir o cheirinho de terra, você se lembrará que existem também bactérias do bem. então, ajude a espalhar essa boa notícia. Afinal, se não fossem esses microorganismos, os camelos poderiam morrer de sede. Já pensou o mundo sem esses curioso animais?

SILVA, Andreza Moura Pinheiro da. Você sabia que cheirinho de terra molhada é obra de bactérias? Revista Ciência Hoje das Crianças, ano 22, nº 202, jun. 2009.

5 de dez. de 2010

Verrugas nas plantas?

Galhas, também conhecidas como cecídeas, são uma das doenças mais comuns em plantas. Seis em cada dez famílias conhecidas de vegetais são atacadas por elas. As galhas espalham-se pelos brotos, folhas, botões de flor, ramos, caule e raiz. Ao contrário das verrugas humanas, elas não são causadas por vírus, mas por bactérias, fungos, ácaros, vermes ou insetos, que são chamados galhadores ou cecidógenos.
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Galhas em folha de cambará (Lantana camara). Foto: M. Eiterer
De forma resumida, pode-se dizer que as galhas são uma deformação no tecido da planta causada pela ação desses organismos, que como já vimos, podem ser os mais diversos. Para entender, vejamos os exemplo de um inseto galhador. A fêmea bota seus ovos sobre a planta – ou no interior do tecido, dependendo da espécie – e os abandona. Dos ovos, algum tempo depois, nascem as larvas e , a partir de então, tem início o processo de formação das galhas.
A larva do inseto dirige-se para alguma região da planta onde poderá se desenvolver. O local escolhido pela larva é chamado meristema, a parte do tecido da planta que ainda pode crescer – em geral, as folhas, mesmo depois de totalmente desenvolvidas, conservam pequenas áreas que possibilitam a formação de galhas. E como isso acontece? quando a larva começa a se alimentar, a galha vai crescendo. Mas não pense que ela cresce à medida que o futuro inseto vai engordando.
O que acontece é que para se alimentar do amido presente na planta, a larva lança sobre ele uma enzima que vai torná-la pronto para a sua digestão. Daí, a substância liberada pela larva estimula as células da planta a se multiplicar, produzindo aquele caroço ou verruga, a galha!
Vale lembrar que alguns pesquisadores consideram que as galhas já estão formadas desde o momento em que a fêmea do inseto coloca seus ovos sob o tecido da planta. Mas a maioria acredita que a formação da galha se dá da forma que acabamos de ver, quando a larva se alimenta e estimula a planta a multiplicar-se suas células.
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Galha. Foto: M. Eiterer
Dentro da galha, a larva encontra muito mais alimento do que em qualquer outra parte da planta. encontra, abrigo, mas não muita segurança. Por que? Bom, primeiro é preciso dizer que, embora os insetos não-galhadores costumam habitar a galha depois que os galhadores já a abandonaram, existem casos em que galhadores e não-galhadores habitem a mesma galha ao mesmo tempo. Existem casos também, em que os galhadores são destruídos por um grupo de insetos especializados os micro-himenópteros, provando que as galhas na função de abrigo não são totalmente seguras.
Os insetos que causam as galhas que se alimentam de vegetais, os chamados fitófagos. Esses insetos pertencem a grupos variados e a larva de cada um deles é capaz de produzir galhas diferentes. As larvas de insetos dos chamados grupos superiores – nos quais se incluem os besouros, as moscas, as borboletas e as abelhas – geralmente produzem galhas fechadas e a maioria contém uma larva por galha. Existem, também galhas abertas provocadas pela ação de um inseto picador, como os pulgões. As galhas podem, ainda, ter formas arredondadas ovais e de funículo, entre outras. Os causadores de galhas mais comuns são os dípteros grupo das moscas, mosquitos e pernilongos) e os himenópteros ( do grupo das abelhas, vespas e formigas).
É interessante saber que todas as fases de desenvolvimento do inseto galhador acontecem dentro da galha. Ele só a abandona quando se torna adulto.
Outro aspecto que devemos lembrar é que a galha é uma dilatação anormal do tecido das plantas e, por isso, pode prejudicar os vegetais. Pés de mandioca, algodão, eucalipto e manga, por exemplo, quando são atacados por galhas, ficam mais frágeis e podem até morrer. Mas imagina que, por outro lado, as galhas podem ser úteis, impedindo a reprodução das ervas daninhas, fornecendo tintas de boa qualidade, ácido tânico para amaciar couro e substâncias que podem ser usadas no tratamento de inflamações da boca, diarréias etc. Coisas da natureza!

SILVA, Maria Amato Conceição Bueno da. 2001. Verrugas nas plantas! Revista Ciência Hoje das Crianças,  nº 110.

29 de nov. de 2010

Sobre néctar e nectário

Néctar é o nome da solução açucarada produzida pelas plantas no interior de uma estrutura secretora chamada nectário. Desde os tempos de Aristóteles, no século 4 a.C., já se sabia que as abelhas coletavam uma substância adocicada produzida pelas flores e que a estocavam em suas colméias. Naquela época, porém, ainda não se fazia distinção entre néctar e mel.
A palavra  néctar foi usada pela primeira vez pelo botânico francês Jean de la Ruelle (1474-1537). O termo nectário, no entanto, só apareceu na literatura científica quase 200 anos depois e o primeiro a usá-lo, ao que parece, foi Carl von Linné (1707-1778), em 1735.
 Flor da laranjeira. Foto: M. Eiterer. Nectário da flor da laranjeira. Foto: M. Eiterer.
Os nectários surgiram antes das flores. A planta com nectários mais primitiva que se conhece, a samambaia Pteridium aquilinum, não possui flores [1]. Entre as gimnospermas, plantas igualmente desprovidas de flores, nectários são particularmente comuns em espécies dos gêneros Ephedra (Ephedraceae) e Welwitschia (Welwitschiaceae). Foi só com o surgimento das angiospermas que os nectários passaram a produzir néctar como atrativo floral.
Alguns autores modernos argumentam que os nectários estariam inicialmente envolvidos com a excreção do excesso de açúcar produzido pelas folhas. Há, porém, outras interpretações. Seja qual for a origem dos nectários, produzir néctar é uma função sabidamente dispendiosa. Para ter uma idéia, o volume de néctar produzido por uma planta pode consumir até 37% de toda a sua produção fotossintética diária [2]. Não é à-toa, portanto, que as plantas sejam capazes de reabsorver (isto é, metabolizar) seu próprio néctar, utilizando os produtos desse metabolismo em outras funções.

 

Uma questão de nomenclatura 

Nectário extrafloral no pecíolo da folha de maracujá. Foto: M.Eiterer.
A relação entre néctar e polinização só foi estabelecida no século 19, graças aos estudos de Christian K. Sprengel (1759-1816), F. H. G. Hildebrand (1835-1915) e Charles Darwin (1809-1882). Na mesma época, Johann X. R. Caspary (1818-1887) propôs uma distinção entre nectários florais e extraflorais. Nectários florais seriam aqueles que ocorrem dentro de flores, enquanto os extraflorais seriam encontrados nas partes vegetativas do corpo da planta, como pecíolo, lâmina foliar etc. Um exemplo familiar de planta com nectário extrafloral é o maracujá comum (Passiflora), cujo pecíolos foliares ostentam um par dessas estruturas.
Uma nomenclatura alternativa para os nectários, levando em conta aspectos funcionais, foi proposta pelo botânico italiano Federico Delpino (1833-1905). De acordo com ele, teríamos dois tipos de nectários: o nupcial e o extranupcial. O primeiro seria aquele nectário que participa mais diretamente do processo de polinização (as 'núpcias'), enquanto o segundo não estaria envolvido nesse processo. A nomenclatura proposta por Caspary, contudo, terminou prevalecendo.

 

M. Eiterer  & Felipe A.P.L. Costa

Felipe A.P .L Costa é biólogo, autor de Ecologia, evolução & o valor das pequenas coisas (2003) e A curva de Keeling e outros processos invisíveis que afetam a vida na Terra (2006).
Notas
1. Outras espécies de samambaias também possuem nectários; ver, por exemplo, Koptur, S.; Rico-Gray, V. & Palacios-Rios, M. 1998. Ant protection of the nectaried fern Polypodium plebeium in central Mexico. American Journal of Botany 85: 736-739.
2. Para um estudo meticuloso, ver Pyke, G. H. 1991. What does it cost a plant to produce floral nectar? Nature 350: 58-60.

25 de nov. de 2010

Tem um ladrão acrobata no jardim!



Cambacica


Cambacica (Coereba flaveola). Foto:M.Eiterer
Certamente você já viu esse ladrão acrobata no seu jardim. É o pássaro mais comum em jardins e quintais. Ele lembra um bentevizinho. Ele mede aproximadamente 10cm. Seu bico é curvo e afiado. Ele tem sobrancelhas brancas e uma máscara preta cobre os olhos. Seu dorso é cinza-esverdeado, a garganta cinza e a barriga amarela. Este pássaro foi descrito pela primeira vez por Linnaeus em seu 'Systema Naturae' em 1758. Seu nome científico é Coereba flaveola ( Coerebidae).
Ele é conhecido, no Brasil, pelos mais diversos nomes, como: cambacica, mariquita, chupa-mel, chiquita, caga-sebo, cabeça-de-vaca, sebito, guriatã-de-coqueiro, sebinho, papa-banana, saí e tem-tem-coroado. A fêmea e o macho são muito parecidos, sendo o macho, apenas, um pouco maior. O macho canta sem cansar. Podemos ouvir seu canto a qualquer hora do dia e época do ano. A fêmea também canta, mas pouco e por menos tempo.
São brigões como os bem-te-vis. O alimento principal do cambacica é o néctar. Mas, ele também come frutas e insetos. Com o bico curvo e afiado ele perfura o cálice de flores, cujos nectários, ele não pode alcançar, deixando de realizar o trabalho de polinizar as flores. É comum vê-lo perfurando o cálice do malvavisco (Malvaviscus arboreus), de grandes flores vermelhas pendentes. É, por este motivo, conhecido como um ladrão de néctar. Explora flores de tamanhos e formas muito variadas. Consegue ficar de cabeça para baixo agarrando-se com as unhas afiadas, para conseguir alcançar as flores. Acrobacia semelhante fazem as saíras (Thraupidae). Por causa do néctar pegajoso, toma banho com freqüência. Limpa o bico passando-o de um lado para o outro num galho.


Furo no cálice de um malvaviscus. Foto:M. Eiterer.

O cambacica constrói seu ninho sobre arbustos, a poucos metros do chão. O ninho tem a forma de uma bola. Interessante é que o cambacica constrói dois tipos de ninhos, um ninho menor de construção frouxa, apenas para dormir. O outro ninho, bem acabado, de paredes espessas e acesso pequeno, entrada com alpendre, construído pelo casal para a reprodução. Os ovos são pequenos (4 cm de diâmetro), brancos manchados de marrom. A incubação dos ovos é tarefa exclusiva da fêmea e dura 13 dias. Os filhotes nascem cegos e sem penas. Os filhotes são alimentos com insetos regurgitados pela fêmea. A mãe também cuida da higiene do ninho, ela ingere os sacos de fezes dos filhotes ou carrega-os para longe. Os filhotes saem do ninho com 19 dias. O jovem cambacica é um pouco diferente do adulto, não tem as sobrancelhas brancas e a máscara preta, seu dorso é cinza e o ventre amarelo. Movimenta-se com certa dificuldade, mas já consegue dar pequenos vôos, sempre acompanhado por um dos pais.

Agora que você conhece melhor o cambacica, eu tenho certeza que você irá prestar mais atenção nele, quando ele aparecer no seu jardim. 


M. Eiterer



Fonte
SICK, Helmut. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.



23 de nov. de 2010

Segredos do florescimento

Segredos do florescimento

   Botão de falso-irís (Neomarica caerulea, Iridaceae). Foto: M. Eiterer.Flor aberta de falso-irís (Neomarica caerulea, Iridaceae). Foto: M. Eiterer.
 As primeiras angiospermas (ou plantas com flores) surgiram há uns 130 milhões de anos. Cerca de 230 mil espécies diferentes de angiospermas já foram formalmente descrita e nomeadas pelos botânicos. Assim como ocorre com os seres humanos, as plantas também passam por fases ou estágios de desenvolvimento.

Nas plantas, no entanto, as mudanças de fase não provocam alterações em todo o corpo do organismo, mas apenas em certas regiões, notadamente no ápice do caule, onde está localizado o meristema apical. O ápice do caule passa por três fases: juvenil, vegetativa e reprodutiva. É na fase reprodutiva que a planta passa a produzir flores. A flor nada mais é do que um ramo de crescimento efêmero, ornado com "folhas especiais" que servem para a reprodução sexuada - i.e., a produção de descendentes geneticamente distintos. Mas o que faz com que uma planta floresça, passando assim da juvenilidade para a maturidade?

A floração é um evento complexo. Sob determinadas circunstâncias, a planta recebe um sinal de que está na hora de florescer. Esse sinal pode ser de origem interna (da própria planta) ou externa (do ambiente em que a planta cresce). Os sinais internos podem ter a ver com a idade, tamanho ou número de folhas que a planta sustenta. Os sinais externos mais comuns são o comprimento do dia [1] ou a temperatura [2].

As folhas e raízes são os órgãos normalmente envolvidos com o reconhecimento desses sinais. O sinal adequado induz a planta a produzir determinada resposta, que pode ser traduzida por uma aumento na concentração de um ou outro sinalizador químico. Quando chega no lugar apropriado - no caso, o ápice caulinar -, o sinalizador químico termina evocando [3] a floração. Uma planta pode precisar de mais de um sinal, mais de uma resposta química e percorrer vários caminhos até conseguir evocar a floração. Quando a evocação ocorre, o meristema apical deixa de produzir folhas e passa então a produzir flores.

Até as primeiras décadas do século 20, acreditava-se na existência de um "florígeno", uma substância que induziria qualquer planta a florescer. Hoje sabemos que não existe um florígeno ou um anti-florígeno universal; ao contrário, sabemos que há vários inibidores e promotores (o etileno promove a floração do abacaxi) e, vários caminhos até a floração. Não é de estranhar; afinal, as angiospermas colonizaram e se reproduzem nos mais diversos hábitats do planeta.

Algumas plantas ornamentais são comercializadas floridas, a despeito da época do ano, como é o caso de crisântemos (Dendranthema grandiflorum), calânchoes (Kalanchoe blossfeldiana), poinséteas (Euphorbia pucherrima) e íris (Neomarica caerulea). Isso, no entanto, só é possível por causa de pesquisas que buscam descobrir os segredos do florescimento, permitindo assim recriar de forma artificial as condições necessárias para evocar a floração dessas espécies durante todo o ano.


M. Eiterer



Notas:
1-As plantas reconhecem e respondem a diferenças no comprimento do dia (dias longos e noites curtas no verão contra dias curtos e noites longas no inverno), por isso algumas plantas florescem no inverno e outras no verão.
2-Agumas plantas precisam receber baixas temperaturas por um período para florescerem.
3-Vocação e um termo semelhante a induzir, mas nesse caso refere-se a mudanças no ápice caulinar que provocam a produção de flores.

 




22 de nov. de 2010

Quanto tempo vive uma flor?

Flor de abóbora. Foto: M.Eiterer.
No filme `Dênis, o Pimentinha` (1993), o Sr. Wilson, personagem de Walter Matthau (1920-2000), é um jardineiro amador. Durante muitos anos, ele dedica cuidados redobrados a uma planta grandiosa e especialíssima: ela só floresce a intervalos multianuais e, quando o faz, a flor dura apenas alguns minutos de uma única noite. O personagem organiza uma festa em comemoração a evento tão especial mas, graças às travessuras do Pimentinha, termina perdendo a floração e só vê a flor quando ela está murcha.

De fato, algumas flores abrem e murcham em questão de horas. A flores da "glória-da-manhã" (Ipomoea purpurea), por exemplo, permanecem abertas por apenas uma manhã. No outro extremo do espectro, estão as flores de algumas espécies de orquídeas que duram algumas semanas. Como os botânicos explicam toda essa variação na longevidade floral?

A flor é uma estrutura reprodutiva. Nela estão os órgãos sexuais masculinos e/ou femininos. Na maioria das plantas, as flores possuem estruturas reprodutivas dos dois sexos, mas em outras elas estão em flores distintas ou mesmo em plantas individuais diferentes. A antera é o órgão floral responsável pela produção do gameta masculino e seu empacotamento, formando o grão de pólen. Os grãos de pólen produzidos por uma flor precisam viajar até outras flores. Nessa viagem o pólen pode ser transportado por insetos (abelhas, borboletas, mariposas, besouros, vespas etc), aves (beija-flores), mamíferos (morcegos etc) ou por agentes físicos (vento, água).

A viagem dos grãos de pólen pode ser rápida ou longa, estando eles programados para sobreviver a essa jornada. O ovário é o órgão responsável pela produção dos óvulos que contém os gametas femininos. O estigma é a estrutura receptora de pólen. O grão de pólen deverá cair sobre o estigma, onde terá condições de germinar, para penetrar no tecido estigmático e alcançar o óvulo, dentro do ovário e fertilizá-lo. Após a fertilização, o ovário passa por transformações e passa a ser chamado de fruto, onde se desenvolvem as sementes, que eventualmente darão origem a novos descendentes.

A longevidade floral é o período de tempo durante o qual a flor permanece aberta e funcional, podendo então dispersar e/ou receber grãos de pólen. Algumas plantas aceitam o "casamento entre irmãos" - i.e., ela aceita que os óvulos sejam fertilizados pelo seu próprio pólen. Outras, no entanto, não aceitam e esperarão pela chegada de pólen vindo de outro indivíduo. O segundo caso pode ser mais demorado e, por conta disso, a flor pode permanecer aberta e funcional por um período mais longo. Em contrapartida, isso implica no aumento da variabilidades entre a prole, o que pode ser biologicamente vantajoso.

Esse comportamento de sustentar flores por mais tempo pode ter contribuído para que certas famílias, como as orquídeas e as asteráceas (margarida, dália, girassol etc.), tenham se tornado particularmente numerosas e diversificadas. A flor não é um órgão fotossintético, sendo basicamente uma estrutura importadora de recursos produzidos e elaborados nas partes vegetativas da planta (folhas, raízes, caule). Isso impõe limites ao modo como as plantas equilibram a produção de mais flores novas frente à manutenção de flores velhas por mais tempo.

O próprio lugar onde a planta vive pode favorecer o surgimento de plantas que produzem flores que vivem muito tempo. Em lugares onde os polinizadores são raros, como em altas altitudes, as flores podem viver mais tempo, à espera de grãos de pólen trazidos por algum visitante. As atividades humanas podem, ainda, interferir em todo esse cenário. Hábitats fragmentados, por exemplo, podem aumentar ainda mais a raridade de polinizadores especializados e que já são naturalmente raros. Se o "casamento" não ocorre, as sementes não são formadas e a população de plantas pode diminuir ainda mais de tamanho.

Se você quiser saber qual é o tempo de vida de suas flores preferidas, amarre uma linha colorida (linha de bordar ponto cruz, por exemplo) em alguns botões (se necessário, use linhas de cores diferentes para identificar botões individuais). Quando eles abrirem, registre a data e monitore o que acontece nos dias subseqüentes. Fique atento, pois o tempo exato de duração pode variar mesmo entre flores de uma mesma planta e/ou as condições de crescimento. No fim das contas, esse é apenas mais um capítulo do trabalho dos botânicos que buscam desvendar os mistérios do mundo das flores.

M. Eiterer

Flores que mudam de cor

São plantas que produzem flores de duas cores ou são flores que mudam de cor?


Bignoniaceae. Foto: M. Eiterer

Algumas das plantas mais comumente cultivadas em jardins domésticos são admiradas por um motivo bastante curioso: suas flores mudam de cor. Esse é o caso do Cambará (Lantana camara, Verbenaceae), da Papoula-de-duas-cores (Hibiscus mutabilis, Malvaceae), do Manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis, Melastomataceae) e do Manacá-de-cheiro (Brunfelsia uniflora, Solanaceae). Nessas e em muitas outras espécies, é bom frisar, as plantas não produzem flores de cores diferentes. São as flores que mudam de cor ao longo do seu tempo de vida. Eventos florais desse tipo só podem ser percebidos mais claramente quando o observador acompanha o destino de flores individuais.
A mudança de cor é um fenômeno relativamente comum entre as angiospermas. Ocorre enquanto a flor ainda é jovem, não devendo tal mudança ser confundida com a perda de cores e o escurecimento que acompanham o processo de senescência. Em termos funcionais, são conhecidos ao menos sete diferentes mecanismos associados à mudança de cor das flores, envolvendo três grandes classes de pigmentos vegetais (carotenóides, flavonóides e betalaínas).
Carotenóides, flavonóides e betalaínas são compostos secundários que, além de dar cor a flores e frutos, têm outras importantes funções biológicas. As betalaínas são responsáveis por um leque de cores (amarelo, alaranjado, vermelho, rosa, púrpura), sendo encontradas porém apenas em plantas da ordem Caryophyllales. Como exemplos, podemos citar a Rosinha-de-sol (Aptenia cordifolia, Aizoaceae), Periquito (Alternanthera ficoidea, Amaranthaceae), Três-marias (Bougainvillea spectabilis, Nyctaginaceae), Onze-horas (Portulaca grandiflora, Portulacaceae), Beterraba (Beta vulgaris, Chenopodiaceae) e os cactos em geral (Cactaceae).
Os carotenóides são responsáveis por um leque semelhante de cores (amarelo, alaranjado, vermelho, marrom), sendo encontrados na cenoura, tomate, laranja, pimenta e nas flores do Cravo-de-defunto (Tagetes erecta, Asteraceae). Por fim, temos os flavonóides, responsáveis pela maioria das cores observadas em flores e frutos (amarelo, alaranjado, vermelho, azul). As antocianinas são o grupo mais comum de flavonóides.

As betalaínas e antocianinas não co-ocorrem em uma mesma planta. Quer dizer, plantas que têm antocianina não possuem betalaína, e vice-versa. Flavonas e flavonóis também são grupos de flavonóides encontrados em flores, principalmente nos chamados guias de néctar. Esses pigmentos absorvem certos comprimentos de luz que são invisíveis ao olho humano, mas que são visíveis para outros animais (muitos insetos, por exemplo). De todos os mecanismos bioquímicos e fisiológicos associados com a mudança de cor das flores, a manifestação da antocianina é o mais comum deles.

 Cambará (Lantana camara , Verbenaceae). Foto: M. Eiterer. 
Fatores ambientais, como diferenças no pH do solo, podem levar a mudanças na coloração das flores. Essas mudanças também podem ser pré-programadas, como ocorre com a Pata-de-vaca (Bauhnia monandra, Leguminosae). A flor jovem da pata-de-vaca é esbranquiçada, com uma grande mancha vermelha no meio da pétala central; em determinado momento da vida da flor, no entanto, a pétala central curva-se para trás, como querendo se esconder. Após a conclusão desse movimento, todas as demais pétalas tornam-se rosa. Assim, o que no início era uma flor branca com uma grande mancha vermelha em uma das pétalas transforma-se em uma flor uniformemente rosa.


Descrever os mecanismo pelos quais as flores mudam de cor é um dos objetivos dos estudiosos que lidam com o assunto. Resta, no entanto, um outro, ainda mais complexo e difícil: identificar as pressões seletivas que teriam favorecido a evolução de tal comportamento. 

M. Eiterer 




21 de nov. de 2010

Você sabia que a margarida não é uma só flor?

Você sabia que a margarida não é uma só flor?


A margarida,
uma reunião de muitas flores.
Foto: M. Eiterer
Quem diria que uma das flores mais populares de nossos jardins, a margarida, pertencente à família Asteraceae, e, portanto, parente dos girassóis, crisântemos, entre outras, não é uma só flor, mas a reunião de muitas flores?

Áster significa estrela em latim, e é por causa da distribuição de suas flores, que lembra o astro, que as margaridas e as outras flores de sua família levam este nome científico. Há, na margarida, inúmeras flores muito pequenas, que crescem bem próximas, uma ao lado da outra, sobre uma mesma estrutura. Esse conjunto de flores é chamado, entre os pesquisadores, de inflorescência. Para o tipo de inflorescência particular das margaridas – pequeninas flores, que funcionam perfeitamente crescendo juntas parecendo uma única flor –, os botânicos dão um nome especial: pseudanto (pseudo = falso; anthos = flor), ou seja, falsa flor.

Tente examinar a falsa flor da margarida aproximando-se bem dela. Você verá que há ali reunidas dois tipos de flores: umas formam o miolo amarelo, enquanto as outras formam a borda esbranquiçada. Mas não pense que elas crescem assim juntas apenas para que possamos admirar sua união. Essas flores têm funções biológicas importantes quando unidas, como a de produzir néctar, atrair polinizadores, além de gerar e receber pólen. Para isso, se dividem para desempenhar essas diversas “tarefas”. Muitas começam a desabrochar das extremidades em direção ao centro, assim, enquanto as flores da periferia estão na fase feminina – durante a qual são capazes de receber pólen –, as flores mais centrais estão na fase masculina – na qual liberam seu próprio pólen.

Flores amarelas (no centro) e
brancas (periféricas) da margarida.
Foto: M. Eiterer

Agora que você já sabe um pouco mais sobre as flores da margarida, que tal viver um dia de botânico e analisar mais de perto ainda essa flor? Para isso, você vai precisar somente de uma lupa e de um pouco de paciência. Tente separar e contar as flores da margarida e identificar os dois tipos de flores que formam sua inflorescência. Saiba que as margaridas e tantas outras flores de sua família ainda guardam muitos segredos que os botânicos estão tentando desvendar. Quem sabe você se apaixona por uma margarida e acabe se juntando a eles no futuro?

lb8-s Eiterer, M. você sabia que a margarida não é uma só flor? Revista Ciência Hoje da Criança, nº 178.





  A autora
Marinês Eiterer Marinês Eiterer gosta de plantas e jardins desde criança. Por isso foi estudar biologia. Plantou tantas árvores que perdeu a conta. Hoje identifica plantas e escreve sobre elas.